domingo, 27 de março de 2016

Visita cultural

Exposição Iberê Camargo no CCBB

No último final de semana de exposição, tive a oportunidade de prestigiar esse artista inusitado, que carrega seus quadros de dramaticidade. Ao longo da galeria, pude perceber que as pinturas eram quase sempre a representação de personagens solitários, sombrios e disformes, ambientados em uma natureza-morta. Além disso, há a presença sistemática de bicicletas que, em uma breve pesquisa, pude concluir que se refere à vida viajante do artista. Apesar dessa atmosfera pesada que a exposição proporciona, gostei da experiência de poder analisar obras de arte, tentando abstrair conceitos variados. Ademais, o prédio-CCBB-conta com ambientes convidativos, como o restaurante e o café, oferecendo em seus cardápios delícias gastronômicas que irão, certamente, complementar seu passeio.



Croquis Escola de Arquitetura





segunda-feira, 21 de março de 2016

Pesquisa para visita ao Complexo da Pampulha

O MODERNISMO

Iniciado na Europa, o modernismo foi um movimento que envolvia as áreas artísticas e culturais. No Brasil, ele foi o reflexo do aumento do sentimento ufanista que permeava o país no início do século XX, levando a busca pela arte nacional, sem se prender aos padrões europeus. No âmbito da arquitetura, o modernismo foi introduzido no país através da atuação e influência de arquitetos estrangeiros adeptos do movimento, embora tenham sido arquitetos brasileiros, como Oscas Niemeyer e Lúcio Costa, que mais tarde tornaram este estilo conhecido e aceito. Os projetos modernistas eram marcados pelo racionalismo e funcionalismo, além de características como formas geométricas definidas, falta de ornamentação – a própria obra é considerada um ornamento na paisagem; separação entre estrutura e vedação, uso de pilotis a fim de liberar o espaço sob o edifício, panos de vidro contínuos nas fachadas ao invés de janelas tradicionais; integração da arquitetura com o paisagismo, e com as outras artes plásticas através do emprego de painéis de azulejo decorados, murais e esculturas. A primeira obra moderna de repercussão nacional foi o prédio do Ministério da Educação e Saúde - MES, cujo projeto foi realizado em 1936, no governo Getúlio Vargas, por uma equipe de arquitetos: Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos, liderados por Lúcio Costa.

5 PONTOS DE LE CORBUSIER

  • Pilotis, liberando o edifício do solo e tornando público o uso deste espaço antes ocupado, permitindo inclusive a circulação de automóveis;
  • Terraço jardim, transformando as coberturas em terraços habitáveis, em contraposição aos telhados inclinados das construções tradicionais;
  • Planta livre, resultado direto da independência entre estruturas e vedações, possibilitando maior diversidade dos espaços internos, bem como mais flexibilidade na sua articulação;
  • Fachada livre, também permitida pela separação entre estrutura e vedação, possibilitando a máxima abertura das paredes externas em vidro, em contraposição às maciças alvenarias que outrora recebiam todos os esforços estruturais dos edifícios; e
  • A janela em fita, ou fenêtre en longueur, também conseqüência da independência entre estrutura e vedações, se trata de aberturas longilíneas que cortam toda a extensão do edifício, permitindo iluminação mais uniforme e vistas panorâmicas do exterior.







O Complexo da Pampulha

No início da década de 40, Belo Horizonte já contava com cerca de 220 mil habitantes e seguia crescendo bem além de seu plano original. Surgem novas ideias e planos diretores que buscavam reorganizar a cidade e permitir sua expansão racional. Nesse período, BH passa por intensa modernização, abrem-se novas avenidas e são realizados grandes investimentos em todos os lados da cidade. Época de novas idéias influenciadas pelo pensamento modernista brasileiro que encontra na capital mineira o espaço ideal para se desenvolver.
O então prefeito de Belo Horizonte - Juscelino Kubitschek - encomenda ao jovem Oscar Niemeyer a construção de cinco edifícios em torno do lago artificial da Pampulha - um cassino, um clube de elite, um salão de danças popular, uma igreja e um hotel, que não foi realizado. O complexo pretendia criar na região um centro de lazer de luzo. Niemeyer chamou o calculista Joaquim Cardoso e o paisagista Roberto Burle Marx e projetou cada edifício como uma unidade, mas interligada aos demais.

Iate Clube BH
Iate Clube
Nos projetos de Juscelino Kubitschek,o Iate Golfe Clube seria um espaço para a prática de esportes e para o entretenimento da população. Os planos foram concretizados, pelo menos do ponto de vista conceitual. Como propriedade pública gerenciada pela Prefeitura, o clube inseria a lagoa como alternativa efetiva de convívio das famílias – a lagoa era mais do que parte da paisagem projetada. A sede do Iate tem a forma de um barco, que se lança pelo espelho d’água. Completando a beleza do lugar, o paisagista Roberto Burle Marx deu o tom colorido ao Iate ao se responsabilizar pelos jardins e ainda pintar o painel: "O Esporte". Desde que os portões do novo clube foram abertos, a administração estava sob a responsabilidade do município. No entanto, na tentativa de sanar problemas de abastecimento de água na capital mineira, em 1960, a Prefeitura tomou a decisão de vender alguns imóveis, entre eles o Iate Tênis Clube, para arrecadar dinheiro e financiar as obras. 






Igreja São Francisco de Assis
Talvez a principal obra do complexo da Pampulha, a Igreja São Francisco de Assis, mais conhecida como Igreja da Pampulha seja um local a parte, com bastante originalidade na arquitetura. Emoldurada pelas águas da lagoa, a igrejinha reúne as genialidades do arquiteto Oscar Niemeyer, do paisagista Burle Marx e do pintor Cândido Portinari em suas paredes. Essa combinação gerou a construção em linhas curvas totalmente revestidas por azulejos azuis tais quais os clássicos portugueses e pelos painéis que retratam a Via Sacra e a imagem de São Francisco.






Casa do Baile


O Conjunto Arquitetônico de Niemeyer exibe ainda a Casa do Baile. Inaugurada em 1943, ela tem uma peculiaridade em relação ao restante do complexo, pois é a única construção que se encontra totalmente sobre uma ilha artificial ligada à orla apenas por uma pequena ponte feita de concreto. Criada para ser espaço de lazer e entretenimento nas noites de BH, a Casa do Baile rapidamente tornou-se palco de atividades musicais e dançantes. Na década de 40, era o lugar onde a alta sociedade se encontrava para grandes bailes e festas. Frequentar o local era, antes de qualquer coisa, um símbolo de status. Com a proibição do jogo que inviabilizou o Cassino, encerrando de vez suas atividades, a antiga Casa do Baile acabou também fechando suas portas em 1948. Desde 2002 quando foi reaberta, a antiga Casa do Baile abriga um centro que discute Urbanismo, Arquitetura e Design, vinculado à Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte.


Museu de Arte Moderna
Outro edifício importante do Conjunto da Pampulha é o antigo cassino, atual Museu de Arte Moderna, primeiro prédio do conjunto a ser construído. De imediato à sua inauguração, o cassino da Pampulha passou a receber pessoas de todo o país, transformando assim o cenário da noite belo-horizontina. Grandes artistas, renomados no Brasil e no exterior, que já haviam atuado nos Cassinos da Urca no Rio de Janeiro e no Palácio Quitandinha de Petrópolis vieram a Belo Horizonte. Os tempos de glória do Cassino da Pampulha, porém, duraram pouco. Em abril de 1946, o governo do presidente General Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo em todo o Brasil. Após alguns anos de abandono, o cassino passou a funcionar como museu a partir de 1957. Em seu acervo, o destaque maior são obras da arte contemporânea brasileira. Exposições de artistas renomados como Guingnard, Camile Claudet, Salvador Dalí, Pablo Picasso entre outros, já aconteceram no museu.









sábado, 12 de março de 2016

Arquitetura x Vestuário

Engraçado como a vestimenta e a arquitetura possuem uma relação tão íntima. Ambas são capazes de desempenhar funções semelhantes, se mostrando como alternativas para a humanidade viver melhor. A arquitetura, por exemplo, foi necessária para proteger o homem contra as intempéries do tempo. Assim, dentro de uma edificação, o excesso de calor, frio, chuva, vento não causam tantos danos aos habitantes. Também a vestimenta consegue proporcionar esse conforto. Blusas das mais variadas bloqueiam o frio e proporcionam uma termicidade adequada. O vento também pode ser bloqueado evitando o contato direto dele com o homem. Pensando no aspecto da proteção contra a violência, tanto as edificações quanto certas roupas-como colete a prova de balas- podem realizar essa tarefa. Até mesmo a questão estética pode ser comparada, considerando que as moradias e as vestimentas se mostram para o mundo com um tipo de estilo, contando para a sociedade qual o tipo de personalidade da pessoa que utiliza. Assim, conclui-se que há uma linha tênue entre as duas ferramentas comparadas, tornando difícil a tarefa de pensar um aspecto que apenas uma contemple.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Texto: Animação Cultural

Diferentemente do que se diz o senso comum, os objetos são demasiado complexos. Se em um primeiro momento pensemos que eles são apenas inanimados, por serem materiais sem vida, uma análise mais profunda permite refutar essa ideia. Ao se aplicar uma função ao objeto, automaticamente damos vida a ele, tornando-o animado. Essa ideia pode ser exemplificada pelo telefone que, além de se concretizar em materiais variados, também é responsável por uma interação social que revolucionou o modo de vida das pessoas. Portanto, pode-se inferir que os objetos não apenas são instrumentos passivos de criação do homem, como também são capazes de modificar a vida em sociedade.