segunda-feira, 21 de março de 2016

O Complexo da Pampulha

No início da década de 40, Belo Horizonte já contava com cerca de 220 mil habitantes e seguia crescendo bem além de seu plano original. Surgem novas ideias e planos diretores que buscavam reorganizar a cidade e permitir sua expansão racional. Nesse período, BH passa por intensa modernização, abrem-se novas avenidas e são realizados grandes investimentos em todos os lados da cidade. Época de novas idéias influenciadas pelo pensamento modernista brasileiro que encontra na capital mineira o espaço ideal para se desenvolver.
O então prefeito de Belo Horizonte - Juscelino Kubitschek - encomenda ao jovem Oscar Niemeyer a construção de cinco edifícios em torno do lago artificial da Pampulha - um cassino, um clube de elite, um salão de danças popular, uma igreja e um hotel, que não foi realizado. O complexo pretendia criar na região um centro de lazer de luzo. Niemeyer chamou o calculista Joaquim Cardoso e o paisagista Roberto Burle Marx e projetou cada edifício como uma unidade, mas interligada aos demais.

Iate Clube BH
Iate Clube
Nos projetos de Juscelino Kubitschek,o Iate Golfe Clube seria um espaço para a prática de esportes e para o entretenimento da população. Os planos foram concretizados, pelo menos do ponto de vista conceitual. Como propriedade pública gerenciada pela Prefeitura, o clube inseria a lagoa como alternativa efetiva de convívio das famílias – a lagoa era mais do que parte da paisagem projetada. A sede do Iate tem a forma de um barco, que se lança pelo espelho d’água. Completando a beleza do lugar, o paisagista Roberto Burle Marx deu o tom colorido ao Iate ao se responsabilizar pelos jardins e ainda pintar o painel: "O Esporte". Desde que os portões do novo clube foram abertos, a administração estava sob a responsabilidade do município. No entanto, na tentativa de sanar problemas de abastecimento de água na capital mineira, em 1960, a Prefeitura tomou a decisão de vender alguns imóveis, entre eles o Iate Tênis Clube, para arrecadar dinheiro e financiar as obras. 






Igreja São Francisco de Assis
Talvez a principal obra do complexo da Pampulha, a Igreja São Francisco de Assis, mais conhecida como Igreja da Pampulha seja um local a parte, com bastante originalidade na arquitetura. Emoldurada pelas águas da lagoa, a igrejinha reúne as genialidades do arquiteto Oscar Niemeyer, do paisagista Burle Marx e do pintor Cândido Portinari em suas paredes. Essa combinação gerou a construção em linhas curvas totalmente revestidas por azulejos azuis tais quais os clássicos portugueses e pelos painéis que retratam a Via Sacra e a imagem de São Francisco.






Casa do Baile


O Conjunto Arquitetônico de Niemeyer exibe ainda a Casa do Baile. Inaugurada em 1943, ela tem uma peculiaridade em relação ao restante do complexo, pois é a única construção que se encontra totalmente sobre uma ilha artificial ligada à orla apenas por uma pequena ponte feita de concreto. Criada para ser espaço de lazer e entretenimento nas noites de BH, a Casa do Baile rapidamente tornou-se palco de atividades musicais e dançantes. Na década de 40, era o lugar onde a alta sociedade se encontrava para grandes bailes e festas. Frequentar o local era, antes de qualquer coisa, um símbolo de status. Com a proibição do jogo que inviabilizou o Cassino, encerrando de vez suas atividades, a antiga Casa do Baile acabou também fechando suas portas em 1948. Desde 2002 quando foi reaberta, a antiga Casa do Baile abriga um centro que discute Urbanismo, Arquitetura e Design, vinculado à Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte.


Museu de Arte Moderna
Outro edifício importante do Conjunto da Pampulha é o antigo cassino, atual Museu de Arte Moderna, primeiro prédio do conjunto a ser construído. De imediato à sua inauguração, o cassino da Pampulha passou a receber pessoas de todo o país, transformando assim o cenário da noite belo-horizontina. Grandes artistas, renomados no Brasil e no exterior, que já haviam atuado nos Cassinos da Urca no Rio de Janeiro e no Palácio Quitandinha de Petrópolis vieram a Belo Horizonte. Os tempos de glória do Cassino da Pampulha, porém, duraram pouco. Em abril de 1946, o governo do presidente General Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo em todo o Brasil. Após alguns anos de abandono, o cassino passou a funcionar como museu a partir de 1957. Em seu acervo, o destaque maior são obras da arte contemporânea brasileira. Exposições de artistas renomados como Guingnard, Camile Claudet, Salvador Dalí, Pablo Picasso entre outros, já aconteceram no museu.









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